Um bilionário entediado com a vida. A queda do sistema financeiro nos Estados Unidos. Uma sucessão de discussões dentro de uma limosine, na maior parte do filme. Esse filme marca a volta de David Cronenberg, onde, seu último filme tinha sido o excelente "Um Método Perigoso", de 2010.
Depois de alguns filmes estrelado, coincidentemente, por Viggo Mortensen ("Marcas da Violência" (2005), "Senhores do Crime" (2007) e o citado "Um Método Perigoso", de 2010), e após a desistência de Colin Farrell, que foi fazer o remake de "Vingador do Futuro", Cronenberg resolveu chamar o ator Robert Pattinson para o papel do bilionário Eric Packer, que faz uma aposta contra o yuan, onde tudo lhe dizia que a moeda chinesa não deveria ultrapassar um dado patamar. Só que ele se enganou.
Em uma sucessão de encontros, quase todos dentro de sua inseparável limosine, incluindo encontro amoroso, ou, digamos, puramente sexual, Eric não demonstra mais nenhuma satisfação pela vida, não se emociona, nem interage com nada mais ao seu redor. O seu único e maior interesse é o do poder pela acumulação que o dinheiro conduz. Que importância isso tem? Nenhuma. Afinal, Eric não se importa com mais nada.
Filme um tanto pretensioso nas discussões a que se pretende. Faz parecer que são temas extremamente profundos, quando na verdade, não passam de verborreia.
As atuações são boas, mesmo que pequenas. A excessão de Robert Pattinson, que parece o tempo todo com cara de quem está se espremendo, acho que para tentar dar um ar blasé ao personagem. Temos Juliette Binoche ("Liberdade é Azul", "Paciente Inglês", "Eu, Meu Irmão e Nossa Namorada"), como uma consultora artística, Paul Giamatti ("Mandando Bala" "A Dama na Água"), como o perturbado Benno Levin e Samantha Morton (Còdigo 46", "Minority Report"), como Vija Kinski.
Se você gosta de interpretações antinaturalistas, em que os personagens
parecem, talvez, drogados, ou sonados, ou se tem curiosidade em assistir a um filme, mesmo sem muita expectativa de ser bom, somente por sentir gosto pela arte do cinema, vale a pena ir. Caso contrário...